A Covid-19 trouxe várias sequelas para a saúde das pessoas que vão além dos sintomas clássicos e das vias respiratórias. Alguns quadros originários a partir da infecção pelo vírus SARS-Cov-2, causador do Coronavírus, desencadearam problemas em órgãos adjacentes ao pulmão e até em sistemas que, aparentemente, não teriam nenhuma ligação com o vírus.
É o caso da Disfagia, causada em decorrência de uma síndrome inflamatória grave chamada síndrome inflamatória multissistêmica (MIS-C). A MIS-C foi identificada pela primeira vez em abril de 2020 por médicos em hospitais infantis nos Estados Unidos e no Reino Unido. A condição também foi chamada de síndrome multissistêmica inflamatória pediátrica (PIMS).
MIS-C é uma doença que pode ocorrer após a infecção por COVID-19 e afeta principalmente crianças em idade escolar. Embora a síndrome seja incomum, pode ser grave. Em geral, os indivíduos podem apresentar febre, evidências laboratoriais de inflamação e evidências clínicas que requerem a internação no paciente.
O problema da MIS-C é o possível envolvimento cardíaco, renal, respiratório, hematológico, gastrointestinal ou neurológico no quadro, o que seria responsável pela evolução negativa da doença. Segundo os especialistas do IMEPE, isso pode ocorrer em até 4 (quatro) semanas antes de quando o paciente testou positivo para a Covid-19 (ou foi exposto a pessoas contaminadas).
Disfagia x MIS-C x Covid
A disfagia é a dificuldade para ingerir alimentos, sejam sólidos ou líquidos. A maioria dos pacientes que evoluem com esta anormalidade após a Covid-19 ocorreu pós-intubação. O trauma após ser intubado pode provocar perda da sensibilidade faríngea, fraqueza muscular e a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).
Ao contrário do que muita gente diz erroneamente por aí, a Covid-19 pode ser grave em crianças, levando a casos de intubação que desencadeiam as consequências mais graves. A disfagia pode ser um sintoma naquelas que desenvolvem MIS-C ou que necessitam da oxigenação artificial, devido à dificuldade de respirar naturalmente.
O IMEPE realiza o exame mais indicado para pesquisa de refluxo gastroesofágico: ImpedânciopHmetria de 24horas. Também fez outros testes padrão ouro para ajudar no preciso diagnóstico de casos graves de disfagia, como a manometria esofágica de alta resolução (MAR).
Em dezembro de 2019, na cidade Wuhan, na China, as infecções pelo vírus da Covid-19 se iniciaram. No Brasil foram 685 mil mortes, dados que só ficam atrás de poucos países, como os Estados Unidos, que somaram mais de 950 mil perdas da vida. É importante manter os cuidados e não descuidar de ninguém, nem mesmo dos mais jovens.
Fonte: COVID-19 and Dysphagia in Children: A Review. James D. Tutor. Review Published: 24 June 2022
Como citar este artigo:
TENÓRIO, José. Qual a relação da Disfagia com a Covid-19?. IMEPE ; 2022. Disponível em: https://institutoimepe.com.br/artigos/qual-a-relacao-da-disfagia-com-a-covid-19