5 mitos sobre a saúde do bebê

5 mitos sobre a saúde do bebê

A saúde do bebê é algo que sempre desperta muitas dúvidas nos pais, mães e cuidadores, principalmente aqueles de “primeira viagem. Essa preocupação é válida, afinal o recém-nascido está descobrindo um mundo novo e está sujeito a um ambiente bem diferente do que estava acostumado na barriga da mãe.

Questões como alimentação, prematuridade, doenças comuns na infância e vacinação costumam atrair a atenção dos pais. Em busca de informações, muitos pais e mães de bebês acabam pesquisando sobre a saúde do seu filhote na internet ou nas redes sociais, sem saber exatamente a fonte ou a credibilidade daquela pessoa.

São muitos os mitos e mentiras disseminadas sobre a saúde do bebê. É preciso conversar com o pediatra do seu filho ou filha e tomar muito cuidado com as notícias ou informações falsas circulando por aí.

Pensando nisso, o IMEPE, clínica especializada em pediatria de Brasília/DF, listou 5 mitos e mentiras em relação à saúde dos bebês:

Mito 1: “Posso dar mel ‘puro’ ou ‘orgânico’ ao bebê?”

Dar mel para o bebê pode ser muito perigoso. O mel só pode ser consumido por crianças a partir dos 12 meses.

Isso porque o mel pode conter esporos de uma bactéria muito agressiva para o lactente chamada Clostridium botulinum.  Essa bactéria é a responsável pelo botulismo, doença séria que pode matar a criança por envenenamento. O período de incubação (entre a contaminação e o início dos sintomas) pode variar de 2 horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas. Quanto maior a concentração de toxina no alimento ingerido, menor o período de incubação.

“O intestino dos bebês ainda está em formação, por isso ainda não possuem uma flora capaz de combater essa bactéria. A acidez no estômago dos bebês também costuma ser baixa e não consegue matar a Clostridium botulinum. Em crianças mais velhas e adultos, esse efeito não ocorre porque nossas defesas naturais são mais desenvolvidas”, explica o médico Dr. Tenório Neto, Gastroenterologista Pediatra do IMEPE.

Outros adoçantes provenientes da cana de açúcar também podem ser prejudiciais. Pois, a cana está na lista de alimentos que podem favorecer o desenvolvimento do botulismo infantil. Evite, então, adoçar a comida dos pequenos, afinal o paladar deles ainda não é tão desenvolvido.

Mito 2: “Dar cereal de arroz faz o bebê dormir melhor?”

Isso não só é mentira, como também pode ter efeito contrário ao esperado e fazer o bebê ficar acordado por mais tempo. A Academia Americana de Pediatria alerta os pais sobre os riscos de oferecer aos bebês cereais de arroz em uma mamadeira, que incluem engasgos, ativação de alergias e superalimentação.

Os bebês não estão prontos para alimentos sólidos até que estejam com, pelo menos, 6 meses de idade (isso pode variar de criança para criança). O ideal é só usar esse tipo de alimento quando o pequeno já fica sentado – para evitar os engasgos – e tenha controle sobre a cabeça. Além disso, é importante saber se ele tem algum tipo de alergia a cereais, caso contrário pode ter complicações graves.

“Arroz engorda e pode elevar o peso da criança. Além disso, é rico em carboidratos, responsável por fornecer energia para os seres humanos. Nós dormimos quando nossa energia está mais baixa. Se você repõe a energia perdida pelo bebê ao longo do dia no período noturno, há mais chances de ele ficar mais ‘elétrico’ e sem sono.”, detalha Tenório Neto.

Lembre-se: dormir de barriga muito cheia não faz bem nem para adultos, imagine para crianças.

Mito 3: “Precisa ferver as mamadeiras e bicos sempre que usar?”

Os pais devem esterilizar a chupeta e a mamadeira no primeiro uso, mas a qualidade da água tratada atualmente já nos permite higienizar satisfatoriamente com água e sabão. Você só deve esterilizar sempre se faz uso de água de poço ou se locais onde não há tratamento.

Assim que o bebê terminar de usar a mamadeira, lave-a em água corrente com sabão e seque direitinho. Evite deixá-la suja porque isso, sim, pode formar bactérias. Quando for lavar, dê preferência a sabão e detergentes neutros, pois isto reduz a chance de alergias.

O processo de esterilização envolve alguns processos. Não basta apenas esquentar água e jogar sobre a mamadeira ou sobre a chupeta. Para que as bactérias sejam completamente retiradas dos bicos das chupetas e das mamadeiras, é preciso fervê-los por pelo menos cinco minutos. A esterilização pode ser feita no fogão, onde se coloca as chupetas e as mamadeiras completamente cobertas por água em uma caneca ou panela e se ferve por cinco minutos, ou e em esterilizadores elétricos ou para micro-ondas.

Mito 4: “Bebês que tomam fórmula com ferro têm constipação?”

 Todos os bebês que não são amamentados devem receber uma fórmula suplementada com ferro. E isso não causa constipação, também conhecida como prisão de ventre, muito pelo contrário. A ingestão de fórmula fortificada vai dar mais nutrientes para a criança, o que vai fortalecer o organismo e ajudar no desenvolvimento da saúde do bebê.

“O Comitê de Nutrição da Academia Americana de Pediatria, inclusive, recomenda fortemente que todos os bebês que não recebem leite materno sejam alimentados com uma fórmula suplementada com ferro”, ressalta o médico do IMEPE. Segundo Dr. Tenório, nos estudos conduzidos, não houve qualquer ligação entre o ferro e a prisão de ventre nos bebês

O corpo humano precisa de ferro para criar hemoglobina, que é uma proteína presente nos glóbulos vermelhos do sangue. A hemoglobina é responsável por transportar o oxigênio, levando-o dos pulmões aos tecidos de todo o corpo.

Mito 5: “Nascimento de dentes causa febre?”

Todo mundo tem uma avó ou tia que fala: “a febre deve ser porque os dentinhos estão nascendo”. Mas a verdade é que isso não passa de um mito. Estudo realizado com crianças australianas mostrou que não há relação entre a temperatura corporal e a irrupção de dentes.

“Febre sempre é sinônimo de infecção. Quando a mãe diz que o dente novo é que está causando febre, pode estar passando por cima de algo mais sério, que precisa ser investigado. Se uma criança está com febre alta, sente um grande desconforto ou não quer comer, nem beber nada por mais de 2 dias, isso deve ser averiguado por um pediatra”, avalia o médico do IMEPE.

Então, quando os dentinhos começam a nascer é normal a criança ficar mais agitada e incomodada, mas não é nada normal ter febre, principalmente se for acima de 38 ºC. A saúde do bebê pode estar passando por algum processo infeccioso.

Mas de onde vem a febre, então? Os pediatras do IMEPE acreditam que isso é fruto de coincidências. O início da dentição geralmente acontece quando a criança tem mais ou menos 6 ou 7 meses. É a mesma fase em que elas começam a pegar objetos com as mãos e colocar na boca, o que pode levar a infecções e, aí sim, à febre. Também é a época que a criança pode ir para berçários, no caso do fim da licença maternidade da mãe, e ter contato com outras crianças que podem estar doentes.

 

Conhece mais algum mito sobre a saúde do bebê que não está no texto? Tem alguma outra dúvida sobre problemas que afetam seu filhote?

Agende uma consulta com um pediatra do IMEPE e vamos conversar. O IMEPE é especializado na saúde de crianças e fica localizado L2 Sul, em Brasília/DF. Aceitamos diversos convênios e planos de saúde.

Autoria: Comunicação IMEPE

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