A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é quando ocorre o retorno do ácido do estômago ou da bile para o esôfago, podendo causar náuseas, regurgitação ou vômitos. Essa “subida” do conteúdo estomacal pode causar irritação na mucosa do tubo alimentar, o que desencadeia dor no peito, azia e queimação.
Apesar de acontecer muito com adultos, o refluxo é bastante comum em crianças, especialmente em bebês. É necessário, contudo, analisar se os sintomas estão atrapalhando a rotina da família ou ameaçando o desenvolvimento do bebê.
Quase todos os bebês têm episódios de refluxo gastroesofágico, que são caracterizados por regurgitação ou arrotos. Quando isso ocorre logo após a alimentação, geralmente é considerado normal. Qual mãe nunca colocou o bebê para arrotar depois de amamentá-lo, não é?
O refluxo normalmente atinge o pico aos 4 meses de idade e então diminui gradualmente. Em quase todos os bebês com refluxo, o distúrbio desaparece por volta dos dezoito meses de idade.
Como saber se meu filho tem a doença do refluxo gástrico?
A observação dos pais é fundamental para identificar os sintomas do refluxo ou outros problemas estomacais na criança. O refluxo pode ser causado:
- pela posição do bebê durante a alimentação;
- pela alimentação excessiva;
- por exposição a cafeína, nicotina e fumaça de cigarro;
- por intolerância ou alergia alimentar;
- ou em razão de anomalia do trato digestivo.
É importante notar se o seu filho está tendo um comportamento atípico. Os bebês podem vomitar e regurgitar demais, ter problemas de alimentação ou de respiração e também parecer “mais irritáveis”.
O refluxo gastroesofágico passa a ser conhecido como doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) quando:
- Interfere na alimentação e no crescimento do bebê
- Danifica o esôfago, causando esofagite
- Causa dificuldades respiratórias, como tosses, sibilos ou interrupção da respiração
- Continua além da primeira infância para a infância
Sendo uma doença, é necessário tratá-la adequadamente. Assim, evita-se problemas futuros para a criança, que podem afetar o seu desenvolvimento normal.
Devemos nos preocupar com a regurgitação do bebê?
Sim, devemos. Esse cuidado deve ser maior nos recém nascidos, pois há chance maior de complicações, como engasgos. Raramente a regurgitação ocorre antes da primeira semana de vida e na criança lactente após 6 meses de vida.
“Quando a regurgitação persiste além dos 12 meses de vida, é necessário buscar ajuda pediátrica para entendermos a causa”, explica o pediatra do IMEPE, Dr. José Tenório Neto, especialista em gastroenterologia infantil.
Segundo Tenório, isso é ainda mais preocupante quando as regurgitações vêm acompanhadas de outros sintomas: febre, abaulamento de fontanela (uma “curva para fora” na moleira do bebê), dificuldade para urinar, vômitos noturnos com bile ou com sangue, esforço para respirar, choro frequente, irritabilidade e tosse crônica.
Qual exame fazer para detectar o refluxo em bebês?
A melhor forma é procurando um pediatra especializado em doenças do estômago, como os profissionais de excelência do IMEPE. O médico pediatra é quem poderá fazer a análise do caso, pedir exames e dar o diagnóstico correto.
O exame considerado padrão ouro para diagnosticar o paciente portador de doença do refluxo gastroesofágico no lactente (ou seja, crianças até 2 anos) é a Impedâncio pHmetria de 24 horas. A Impedâncio pHmetria 24h detecta e mensura o chamado refluxo não ácido..
Com este exame, é possível correlacionar os sintomas – como crises de apneia (“parada respiratória durante o sono”), por exemplo – com a presença de refluxo ácido e não ácido no momento que ocorre os episódios da doença.
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Outros exames podem ajudar no diagnóstico diferencial da doença do refluxo gastroesofágico?
Além da a Impedâncio pHmetria, existem outros exames complementares que ajudam a determinar se uma pessoa tem ou não a DRGE. São eles: Endoscopia Digestiva, pHmetria e Raio-x contrastado de esôfago, estômago e duodeno.
Quais os tratamentos para o refluxo gastroesofágico e a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)?
Existem dois tipos de tratamento Modificações de estilo de vida e de dieta são, em sua maioria, utilizadas com um alto índice de melhora dos sintomas.
Mudar a alimentação do bebê nem sempre é fácil, em razão da falta de opções, mas pode ser necessária para interromper o problema. As opções de tratamento incluem fórmula infantil mais densa ou hipoalergênica na alimentação. Outra dica é o posicionamento especial na hora da alimentação.
Crianças mais velhas devem evitar comer duas a três horas antes de dormir, evitar beber bebidas com gás (como refrigerantes) ou com cafeína, tomar determinados medicamentos (aqueles com efeitos anticolinérgicos), comer determinados alimentos (chocolate ou alimentos gordurosos) e comer demais.
O médico pediatra pode ainda receitar um remédio para combater o refluxo. “O tratamento farmacológico mais empregado hoje em dia é o uso dos inibidores da bomba de prótons (IBPs). Eles reagem em meio ácido para exercer o efeito desejado”, detalha José Tenório.
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